Estudantes da rede pública de ensino do estado de São Paulo, que voltaram a fazer hoje (21) manifestação nas ruas da capital paulista em defesa da educação, encerraram a passeata na escadarias da Catedral da Sé, no centro de São Paulo. Eles percorreram a avenida Paulista, a rua da Consolação, a rua Xavier de Toledo, o viaduto do Chá, a rua Líbero Badaró, o Largo São Francisco até a praça da Sé. A polícia não estimou o número de participantes.
O ato foi convocado pelo Comando das Escolas em Luta, composto por alunos que participam das ocupações dos colégios, iniciadas no início de novembro. Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, hoje 40 escolas permaneciam ocupadas por estudantes.
Eles criticam a reorganização escolar, proposta pelo governo, revogada no início do mês, e que deve ser implementada em 2017. Os estudantes pedem ainda que alunos e pais sejam ouvidos e participem da gestão escolar do estado.
“Queremos que o governo abandone a ideia da reorganização. E reivindicamos a nossa participação e dos pais na administração escolar”, disse Marcela Jesus, que estuda na escola João Kopker, na Luz, em São Paulo.
Os alunos iniciaram a passeata por volta das 19 horas, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e chegaram por volta das 21h30 na Catedral da Sé. Eles gritaram palavras de ordem contra o governador do estado, Geraldo Alckmin, e recitaram jograis que pediam melhorias na educação do estado. Até a chegada dos alunos à praça da Sé não havia sido registrada nenhuma intercorrência grave.
O projeto da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, já revogado, previa o fechamento de 94 escolas e a transferência de cerca de 311 mil estudantes para instituições de ensino na região onde moram. O objetivo da reorganização, segundo a secretaria, era segmentar as unidades em três grupos, conforme a idade e o ano escolar. De acordo com o órgão, a segmentação melhora o rendimento dos alunos.
Em nota, a secretaria disse que tem atuado para entregar escolas melhores, com ambientes mais preparados para cada faixa etária e com profissionais capacitados para atender os estudantes. Segundo a secretaria, manter os alunos da mesma idade juntos é prática comum de alguns dos melhores colégios do país e de países referência em educação.